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Homeopatia

Conheça a História da homeopatia

O criador e idealizador da homeopatia, Christian Frederic Samuel Hahnemann, nasceu em Meissein na Alemanha, em 10 de abril de 1755 (Schembri, 1992). Quanto à escolha dos nomes, pode-se afirmar que Christian foi devido à fé cristã, Frederic em homenagem ao rei, pois seu pai era muito estimado por sua arte e Samuel foi pelo significado “Deus me ouviu” (Arenales, 2003).

Muito estudioso, desde cedo incentivado por seu pai, desenvolveu o raciocínio lógico e a disciplina (Vithoulkas, 1980). Em 1775, Hahnemann foi morar em Leipzig, onde freqüentou a universidade. A fim de custear os estudos, traduziu livros médicos para o alemão. Teve contato com textos referentes à Medicina, Filosofia, Química, Educação e Agricultura, tornando-se profundo conhecedor dos pensamentos científicos de gregos, latinos e árabes, entre outros (Corrêa et al., 2006).

Aos 24 anos, em 1779 graduou-se em Medicina. Logo se tornou muito respeitado nos círculos profissionais, sendo dotado de grande cultura, tanto sobre medicina quanto em química, botânica, matemática e física, além de dominar vários idiomas (Vithoulkas, 1980). 

Ao longo de dez anos de exercício de profissão, Hahnemann ficava muito perturbado com a falta de algum pensamento fundamental que sustentasse as práticas médicas como o uso de sangria (flebotomia), catárticos, ventosas e substâncias químicas tóxicas utilizadas na terapêutica da época (Vithoulkas, 1980). Em 1789, deixou de clinicar e passou a dedicar-se somente à tradução de livros e a busca incessante da verdadeira arte de curar (Schembri, 1992).

Em 1790, ao traduzir o livro “Matéria Médica”, do conceituado médico escocês Dr. Willian Cullen, constatou que esse médico teve sucesso no tratamento de malária com casca de quina (Schembri, 1992). Cullen havia dedicado 20 páginas de sua matéria médica às indicações terapêuticas da Cinchona officinalis, cujo sucesso no tratamento da malária foi atribuído ao fato de a erva ser amarga (poder adstringente). Hahnemann, entretanto, discordou das explicações fornecidas pelo autor e decidiu experimentar em si mesmo doses crescentes desse produto natural. Percebeu então o surgimento de sintomas semelhantes aos da malária, sendo sua saúde restabelecida ao parar de ingerir a droga. Então, formulou a hipótese de que a quina promove a melhora dos sintomas dos doentes com malária, porque provoca em pessoas saudáveis, sintomas semelhantes aos da malária. Apoiado em suas evidências experimentais e no pensamento hipocrático Similia similibus curentur, Hahnemann concebeu nova forma de tratamento, embasada na cura pelos semelhantes (Vithoulkas, 1980). 

Hahnemann passou então a experimentar nele mesmo e em alguns de seus amigos e familiares várias substâncias, sendo observados e anotados todos os efeitos produzidos no organismo. Mais tarde, deu início ao seu método, aplicando aquelas substâncias em doentes com os mesmos sinais. Os resultados dessas primeiras pesquisas foram publicados em 1796 no “Ensaio sobre novo princípio para averiguar o poder curativo das drogas”, que é considerada a obra inaugural da Homeopatia (em alemão: Homeopathie, do grego: homoios-semelhante, pathos-sofrimento) (Barbosa Neto, 2006). 

Hahnemann percebeu que certos medicamentos eram suficientemente fortes, pois, apesar de em doses fracas, às vezes provocavam sérias agravações. No entanto, desejava testar substâncias habitualmente utilizadas na época, como arsênio e mercúrio, mas ele sabia que não podia aplicar essas substâncias tão tóxicas em indivíduos sadios. Paralelamente procedeu à compilação de casos de envenenamento, na literatura médica de vários países, anotando os sintomas surgidos nas vítimas, por serem experiências impossíveis por causa do risco de vida (Vithoulkas, 1980). 

Visando evitar as intoxicações e agravações medicamentosas que as substâncias aplicadas segundo o princípio da similitude poderiam causar, Hahnemann reduziu à dose a 1/10 da normalmente receitada. Ainda que atenuado, o agravamento subsistia. Diluiu ainda mais os remédios até chegar a diluições totalmente sem substância, observando que os sintomas persistiam, porém sem os efeitos tóxicos das doses ponderais (Barbosa Neto, 2006). As vantagens da diluição simples mostraram–se extremamente limitadas. Na alquimia Hahnemann descobriu a técnica de adicionar energia cinética às diluições, agitando-as vigorosamente, denominando esse processo sucussão. O conjunto de diluição mais sucussão é denominado dinamização (Schembri, 1992; Barbosa Neto, 2006). A partir desta constatação, Hahnemann passou a utilizar as doses mínimas, denominadas de doses infinitesimais, nas quais, a substância original é submetida a dinamizações sucessivas (Vithoulkas, 1980).

Em 1785, voltou a clinicar como médico homeopata e, em 1810, publicou seu primeiro livro e o mais importante, o “Organon da Arte de Curar”, onde expõe as bases filosóficas, teóricas e metodológicas da homeopatia, obra rica em detalhes na qual Hahnemann descrevia seu sistema terapêutico e fornecia regras minuciosas, destinadas ao exame e tratamento das pessoas doentes (Barbosa Neto, 2006). Em 1811, publicou o primeiro volume da Matéria Médica Pura, sendo constituída por seis volumes, fonte de consulta que possibilita o homeopata escolher o medicamento que melhor cubra as características individuais do ser vivo (Vithoulkas, 1980). Estabeleceu-se em Paris, no ano de 1835, onde morreu aos 88 anos de idade, respeitado e honrado pelos franceses (Schembri, 1992). 

 

            A implantação da homeopatia no Brasil

 

 

A homeopatia foi introduzida no Brasil em 1840 pelo médico francês Benoît Jules Müre, discípulo direto de Hahnemann e que foi salvo pela homeopatia quando tratado de tuberculose pelo médico homeopata Sebastião Des Guidi, introdutor da homeopatia na França. Ele fundou o primeiro Instituto Homeopático do país em Santa Catarina, porém, insatisfeito, mudou-se para o Rio de Janeiro e, em 1843, fundou o Instituto Homeopático do Brasil (CORRÊA et al., 2006). Müre coordenou várias experimentações patogenésicas homeopáticas, 39 patogenesias, iniciando a matéria médica brasileira e sendo o precursor na pesquisa da flora nacional (Barbosa Neto, 2006).

A homeopatia expandiu-se muito em todo o mundo no século XIX e início do século XX. Em 1860, com a divulgação da homeopatia e, posteriormente, a oficialização foi criada a cadeira de homeopatia na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, sendo extinta 22 anos depois, em conseqüência das perseguições dos médicos alopatas (Corrêa et al., 2006). 

A história da homeopatia no Brasil de 1900 a 1930, foi marcada pelo avanço desta ciência no meio popular. Esse período também foi caracterizado pela legalização do ensino, fundação de duas faculdades de medicina homeopática no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul (Ribeiro, 2005). 

No final da década de 1970 houve o despertar da consciência sobre as questões relacionadas com os ecossistemas e com a valorização do ser. Os questionamentos de paradigmas clássicos da ciência se estenderam por todas as áreas científicas, produzindo, com isto, novas perspectivas. Assim, a Homeopatia foi beneficiada, retornando em ritmo crescente com prestígio e notoriedade, tanto por parte dos pacientes como por parte dos profissionais médicos e farmacêuticos e, pouco depois, também pelos odontólogos e veterinários interessados neste campo do conhecimento (Corrêa et al., 2006).

A homeopatia faz parte da política oficial de saúde pública brasileira desde a década de 80. A Constituição Brasileira de 1988 estabelece a incorporação das medicinas alternativas como recursos terapêuticos válidos e elegíveis como direito de cidadania (Ribeiro, 2005). 

 

            Princípios da homeopatia

 

A homeopatia é ciência e arte de curar. É ciência por possuir conjunto de conhecimentos organizado e metodologia própria (Barbosa Neto, 2006). Segundo Samuel Hahnemann, são quatro os princípios fundamentais da homeopatia: lei dos semelhantes, experimentação em organismo sadio, doses mínimas e medicamento único, conforme a seguir.

 

- Similitude

 

A homeopatia se fundamenta na lei do semelhante ou princípio de similitude “similius similibus curanter” (semelhante cura semelhante), enunciada por Hahnemann em 1796, mas citado por Hipócrates, Paracelso e outros ao longo da história da medicina (Corrêa et al., 1997; Lisboa, 2006).

De acordo com a lei de similitude, qualquer substância que possua propriedade de despertar sintomas, de qualquer ordem no experimentador sadio, será capaz de curar, em doses adequadas o organismo enfermo com esses mesmos sintomas (Nunes, 2005; Peres et al., 2006).

Segundo Vithoulkas (1980), Hahnemann sistematizou e formulou pela primeira vez na história da medicina leis e princípios que regem a saúde e a doença. Portanto, a homeopatia tem princípios, filosofia e metodologia próprios. Os fenômenos da homeopatia são repetíveis, previsíveis, quantificáveis, descritíveis e têm relação causa-efeito (Lisboa, 2006).

As pesquisas relacionadas com os fundamentos científicos da homeopatia estão baseadas tanto no efeito inverso que os medicamentos causam quando diluídos de maneira específica, como nas propriedades biofísicas do processo de transferência de informação (Guedes et al., 2006).

 

- Experimentação          

 

O método da experimentação em homeopatia, feito em seres vivos sadios, propicia o conhecimento das propriedades terapêuticas das substâncias. Hahnemann, experimentando muitas substâncias, verificou que se confirmava à presença constante do mecanismo de reação do organismo, quando submetido à ação da substância ingerida, produzindo sempre sintomas artificiais com características distintas (Schembri, 1992).

Por meio da investigação experimental é possível observar os sintomas da ação integral, superficial e profunda dos medicamentos, nas mínimas particularidades, e sobre os elementos materiais e imateriais do ser vivo (Barollo, 1996).

As substâncias devem ser experimentadas não só no seu estado natural, mas principalmente em diversas dinamizações, de modo que possam atingir todos os planos da organização dos seres, desde a mais densa materialidade do corpo físico até a sutileza da imaterialidade.

 

Doses mínimas

 

Hahnemann passou a diluir as substâncias com as quais trabalhava na tentativa de suavizar os sintomas de intoxicação dos indivíduos sadios durante a experimentação, bem como os sintomas de agravação nos indivíduos doentes em tratamento (Schembri, 1992). Inicialmente, diluir as substâncias reduzia a toxicidade, mas reduzia proporcionalmente o efeito terapêutico. Depois da diluição, que é a redução do número de moléculas, Hahnemann descobriu na alquimia a técnica de adicionar energia cinética às diluições, agitando-as (Vithoulkas, 1980). No aforismo 269 do Organon (1996), Hahnemann deixa …….bem claro que dinamizar significa desenvolver o poder medicinal interno e imaterial das substâncias cruas, que passam a afetar o princípio vital, influenciando o bem-estar da vida animal.

A dinamização, que consiste em diluir e agitar sucessivamente as substâncias, da ao medicamento sua ação energética. A informação da substância liberada com o processo de agitação ou trituração é absorvida e armazenada pela água ou por substância inerte, utilizada como veículo no preparo dos medicamentos homeopáticos.

Segundo Lisboa (2006), o potencial da informação das substâncias ultradiluídas de promover alterações nos sistemas orgânicos, de forma análoga às doses ponderais, tem sido evidenciado em trabalhos científicos, seja em modelos físico-químicos ou biológicos de pesquisa.

 

- Medicamento único

 

O conceito de medicamento único, preconizado por Hahnemann, refere-se à aplicação de um único medicamento por vez, para certificar-se que os sintomas observados são decorrentes da atuação do medicamento (Vithoulkas, 1980). Durante o tratamento buscava individualizar ao máximo cada paciente, compondo o “quadro sintomático da individualidade”, capaz de identificar a suscetibilidade mórbida individual, traduzida na totalidade dos sintomas (psíquicos, emocionais, gerais e físicos) manifestos pelo enfermo, a fim de escolher o medicamento que despertou o maior conjunto de sintomas semelhantes no experimentador sadio, o Simillimum. Simillimum é o medicamento que irá corresponder ao maior número de sintomas da pessoa, abrangendo níveis energéticos, mentais, emocionais e físicos (Schembri, 1992).

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